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Plenário do Senado Federal

Reforma Tributária: Câmara aprova projeto de regulamentação

A Câmara dos Deputados concluiu, nesta terça-feira (17), o projeto que regulamenta a Reforma Tributária. A proposta, considerada estratégica pelo governo e pelo Congresso, recebeu aprovação no plenário e agora segue para sanção presidencial. Essa nova etapa consolida pontos fundamentais para a estruturação do IVA Dual e outras mudanças, que terão impactos diretos no âmbito econômico.

Confira os principais temas abordados e alterados na regulamentação da reforma tributária.

Imposto do pecado ou imposto seletivo: principais decisões

A instituição do chamado “Imposto do Pecado” foi um ponto de discussão que reflete a preocupação em desestimular o consumo de produtos nocivos à saúde e ao meio ambiente. A aplicação de alíquotas para esses itens alinha-se a políticas públicas de saúde e sustentabilidade, mas impõe desafios adicionais ao setor produtivo e às cadeias de distribuição.

Na discussão desta quinta-feira, a Câmara manteve a incidência do imposto seletivo sobre bebidas açucaradas para desestimular o consumo. Além disso, o imposto para automóveis será aplicado conforme potência, tecnologia, desempenho e conteúdo local. A proposta de aplicar o imposto a armas e munições foi rejeitada.

Quais são os itens da cesta básica a partir da Reforma Tributária?

A manutenção de alíquotas reduzidas ou zero para itens essenciais, como carnes, leite e arroz, é um avanço relevante para a justiça fiscal e a preservação do poder de compra das famílias de baixa renda.

As regras para a cesta básica foram ajustadas, mantendo a isenção total para carnes bovina, suína, ovina, caprina, aves e peixes, além de itens essenciais como arroz, feijão e leite. Entretanto, produtos como óleo de soja e determinados biscoitos tiveram a redução proposta pelo Senado rejeitada. A lista de produtos com isenção total inclui:

  • Carnes bovina, suína, ovina, caprina e de aves;
  • Peixes e carnes de peixes (exceto algumas espécies);
  • Produtos hortícolas, raízes, tubérculos, feijões e arroz;
  • Frutas frescas ou refrigeradas;
  • Ovos, leite, manteiga, margarina e café;
  • Farinhas de mandioca, trigo e milho;
  • Óleo de babaçu e erva-mate;
  • Açúcar, pão comum e massas alimentícias;
  • Tapioca

Há ainda uma lista de produtos que terão desconto de 60% sobre a alíquota dos futuros impostos. Esses produtos são:

  • Pão de forma;
  • Extrato de tomate;
  • Crustáceos (exceto lagostas e lagostim);
  • Leite fermentado, bebidas e compostos lácteos;
  • Queijos tipo mozarela, minas, prato, queijo de coalho, ricota, requeijão, queijo provolone, queijo parmesão, queijo fresco não maturado e queijo do reino;
  • Mel natural;
  • Farinha, grumos e sêmolas, de cereais; grãos esmagados ou em flocos, de cereais;
  • Massas alimentícias;
  • Sucos naturais de fruta ou de produtos hortícolas sem adição de açúcar ou de outros edulcorantes e sem conservantes;
  • Óleo de milho e soja;
  • Polpas de frutas sem adição de açúcar ou de outros edulcorantes e sem conservantes.

O projeto prevê que as duas listas poderão ser revisadas a cada cinco anos pelo governo federal.

Cashback: sistema ampliado com a Reforma Tributária

O sistema de devolução de impostos (cashback) foi ampliado para incluir serviços de internet e telefonia destinados a famílias de baixa renda, promovendo maior inclusão digital.

O que mudou para os medicamentos?

A Câmara definiu um rol taxativo de medicamentos, que será elaborado e incrementado pelo Ministério da Saúde. A lista prioriza medicamentos para o tratamento de doenças graves, como câncer, ISTs e doenças raras. Fraldas permanecem com redução de 60% na tributação.

Novas atividades beneficiadas na Reforma Tributária

Foram incluídos no rol de atividades com redução de 60% de tributos:

  • Serviços de home care;
  • Medicina veterinária;
  • Artes cênicas;
  • Serviços funerários e de cremação.

A inclusão de serviços culturais como montagem de palco, cessão de direitos autorais e ingressos de teatro foi confirmada.

Setor imobiliário e agronegócio

O setor imobiliário obteve ampliação nas reduções tributárias:

  • Redução de 70% na alíquota para locação de imóveis;
  • Redução de 50% na alíquota para vendas.
    O redutor social do aluguel foi ampliado de R$ 400 para R$ 600.

No agronegócio, houve suspensão temporária de impostos para produtos destinados à industrialização para exportação e redução de 60% para defensivos agrícolas e insumos específicos.

Split Payment

A Câmara manteve o split payment como modelo obrigatório para a divisão automática dos tributos. O modelo manual só será autorizado se o meio de pagamento escolhido não permitir a divisão automática. Neste caso, o empresário será responsável solidariamente pela inadimplência no recolhimento dos tributos.

Outros ajustes da Reforma

  • Cooperativas de Saúde: Permissão de dedução integral dos repasses aos associados.
  • Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs): Redução rejeitada; alíquota permanece em 8,5%.
  • Gorjetas: Isenção para valores até 15% do total da conta.
  • Veículos PCD: Prazo mínimo de 4 anos para revenda e limite ampliado para R$ 200 mil.
  • Biocombustíveis: Alíquotas entre 40% e 90% do combustível fóssil equivalente.
  • Zona Franca de Manaus: Benefícios ampliados, com crédito presumido do IBS.

Próximos passos da Reforma Tributária

Com a aprovação na Câmara, a proposta entra em fase de ajustes finais antes da sanção presidencial. O impacto dessas mudanças reforça a importância de um acompanhamento jurídico especializado para mitigar riscos e aproveitar as oportunidades geradas pelo novo modelo tributário.

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